O primeiro-ministro britânico confirmou, esta quinta-feira, que vai abandonar o poder dentro de um ano, mas recusou anunciar uma data exacta para a sua demissão.
Tony Blair lamentou ainda a polémica gerada em torno desta questão, afirmando que não surge «na melhor hora».
«O próximo congresso, dentro de algumas semanas, será o último enquanto líder do partido», afirmou Blair, referindo-se ao conclave anual dos trabalhistas, marcado para o final do mês. A próxima reunião magna está prevista para Setembro de 2007, altura em que, portanto, já não deverá ser primeiro-ministro.«Não vou anunciar agora uma data exacta. Não penso que isso seja correcto. Vou fazê-lo mais tarde e irei fazê-lo no melhor interesse do país», garantiu.
A aguardada declaração de Tony Blair ocorre um dia depois de sete membros do seu Governo, incluindo um secretário de Estado, terem anunciado a sua demissão, por estarem contra a recusa do primeiro-ministro em fixar uma data para o seu abandono.
Segundo estes dirigentes, próximos do ministro das Finanças, Gordon Brown, a transição deveria ser o mais rápida possível, a fim de dar tempo ao próximo líder trabalhista para se preparar para as legislativas de 2009.
Muitas são as vozes que apontam Maio como a data provável, uma vez que é nesse mês que Tony Blair completa 10 anos no poder.
Fala-se em 4 de Maio, um dia depois das eleições locais britânicas, mas o Governo recusa que haja um acordo nesse sentido.
Pouco antes desta declaração, Gordon Brown, apontado como provável sucessor de Blair à frente dos trabalhistas, garantiu que iria apoiar qualquer que fosse a decisão do primeiro-ministro. «Ontem, quando me encontrei com ele disse-lhe que a decisão era dele. Eu apoiarei o que ele decidir», afirmou o ministro, sublinhando, porém que a definição de um calendário «não deve ser arranjo privado, mas uma decisão no melhor interesse do nosso partido e do nosso país».
Confrontado com a rebelião crescente no seio dos trabalhistas, Brown admitiu também «ter dúvidas» sobre os planos do primeiro-ministro, mas apressou-se a acrescentar: «Trabalhamos juntos há 20 anos, em períodos difíceis e outros mais fáceis.
Partilhamos a convicção de que vamos continuar o trabalho do Governo trabalhista».
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