No discurso inaugural do novo presidente do Parlamento Europeu depois de ter sido eleito em Janeiro, Hans-Gert Pöttering defendeu uma Europa "melhor, mais forte e virada para o futuro". Para isso, a União "precisa de um novo arranque, de uma renovação...".
Defender os valores da Europa, realizar reformas e fomentar o diálogo são os três eixos prioritários da presidência de Hans-Gert Pöttering para os próximos dois anos e meio. A aposta numa "Europa dos cidadãos", o fomento de reformas "pela democracia e pelo parlamentarismo" e a promoção do "diálogo com o objectivo da associação e da tolerância" irão reger a actuação do alemão que, desde Janeiro, lidera os destinos do hemiciclo europeu.
Entre os principais objectivos, o Tratado Constitucional está no centro das preocupações: A União Europeia é "um continente complicado", composto por 27 países e 500 milhões de habitantes e não pode continuar a ser dirigida com os instrumentos insuficientes dos actuais Tratados, disse.
"Não entendo os que, por um lado, criticam Bruxelas mas ao mesmo tempo rejeitam o Tratado Constitucional, que precisamente constitui o meio para contribuir para a supressão e para a correcção das deficiências detectadas", sublinhou.
Para uma plateia constituída por eurodeputados, pela chanceler alemã, Angela Merkel, que assume actualmente a presidência da União Europeia, por José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia e por dez ex-líderes do Parlamento Europeu, Pöttering não deixou de lado algumas críticas aos "egoísmos nacionais". "Quem apenas serve os interesses do seu próprio país, acaba por prejudicá-los porque destrói a solidariedade necessária para a defesa dos seus próprios interesses", apontou.
A nível de política internacional, defendeu o desenvolvimento de uma associação com a Rússia, o direito de existência de Israel e a criação de um Estado palestiniano.
Quanto às preocupações dos cidadãos europeus para as quais "há que encontrar soluções", Pöttering enumerou o desejo de segurança e a luta contra o terrorismo, a necessidade de criar emprego e a protecção social, a luta contra as alterações climáticas e contra a pobreza e o desenvolvimento de uma política comum de imigração, que não permita que cada vez mais pessoas percam as suas vidas nas águas do Mediterrâneo".
Estes e outros problemas não se podem resolver, na sua opinião, "sem soluções europeias". Mas a tarefa não é fácil: "A UE precisa de um novo arranque, de uma revolução. É certo que o caminho é penoso, mas estou profundamente convencido de que o nosso continente está hoje mais bem preparado que há 15 ou 20 anos para fazer frente ao seu futuro no século XXI", destacou.
"A unidade europeia é, não apenas um objectivo que dita o nosso entendimento mas também um desejo que nos pede o coração". E um aspecto que caracteriza a Europa é a defesa dos seus valores, fundamentalmente da dignidade da pessoa e dos direitos humanos em todo o Mundo.
Nota informativa do Parlamento Europeu
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