Segundo especialistas o futuro papel internacional da Europa depende muito das reformas estruturais que empreender nos planos económico e social para travar o problema do envelhecimento da população activa. O quadro demográfico europeu reclama efectivamente uma abordagem concertada e multidimensional.
· É previsível uma maior imigração legalizada e uma melhor integração dos trabalhadores que virão sobretudo da África do Norte e do Médio-Oriente (…)
· Um facto a encarar, será a flexibilidade acrescida no local de trabalho, com medidas como a de encorajar mulheres jovens a tirar alguns anos sabáticos para fundar uma família com a garantia de reintegrar a empresa. Encorajar os “jovens seniores” (cinquenta a sessenta e cinco anos) a trabalhar mais tempo ou a reinserir-se na população activa, também contribuiria para remediar as penúrias da mão-de-obra.
Os especialistas consideram que o actual Estado-providência é insustentável a prazo e que a ausência de qualquer revitalização económica poderá levar a uma fragmentação ou, pior, a uma desintegração da União Europeia. (…)
Se não efectuar nenhuma mudança, a Europa poderá conhecer um abrandamento generalizado e alguns países arriscam-se a enveredar pela sua própria via, particularmente em matéria de política externa, enquanto permanecem membros formais da União. (...)
Para lá da necessidade de um crescimento económico mais forte, assim como de reformas sociais e dos sistemas de saúde, muitos observadores consideram que a UE deve continuar a racionalizar o seu processo de decisão demasiado complicado, que trava a acção comum.
Não é necessária uma Europa federal – pouco provável até 2020 – para permitir a este continente desempenhar um papel mais importante. Com efeito, bastar-lhe-ia começar a mobilizar os seus recursos e saber operar a fusão de pontos de vista divergentes em objectivos que se traduziriam por políticas comunitárias.
Estes mesmos observadores estão de acordo, pensando que “um salto económico para a frente” poderia desencadear essa iniciativa internacional e estimularia uma confiança e um entusiasmo renovados no projecto europeu.
“O Relatório da CIA – como será o mundo em 2020”
Bizânzio
Lisboa 2006
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