segunda-feira, março 26, 2007

Uma Europa unida, talvez, os EUE não!

Por Eugénio da Costa Almeida
elcalmeida@gmail.com

Deve-se defender uma Europa social, política e democraticamente unida mas nunca uma Europa unificada sob o comando daqueles que ao longo dos séculos só souberam viver em guerras, em demonstrações fáceis de predomínios, na sua maioria bélicos; dos que para quem a História nunca teve qualquer sentido salvo a exigência do sua influência governativa sobre os restantes; daqueles que nunca tiveram um conceito de Nação; dos que para quem as fronteiras são um obstáculo aos seus principais desígnios: serem donos da Europa.
E vamos encontrar 4 regiões que, desde sempre, quiseram dominar a Europa transpondo sempre que possível por cima de quaisquer entraves que obstassem essa pretensão: os Francos, os Castelhanos e os Prussianos. Ou seja, os franceses, os espanhóis e os alemães.
A estes se juntaram, mais tarde, os italianos e, embora sempre evocando uma consciência cinicamente pacificadora, os britânicos.
Só que os anglo-saxões mais não quiseram – e querem – foi que a Europa se guerreasse entre si e deixasse os seus eternos “porta-aviões”, ou seja, as ilhas britânicas, livres da luta pela hegemonia continental.
50 anos depois da assinatura, em Roma, do Tratado constitutivo da CEE e da CEEA, precursores da União Europeia, de novo os mesmos países, com especial destaque para alemães e franceses – os políticos, porque o povo tem consciência histórica – e políticos obscuros, cujo o único interesse é usufruir ganhos substantivos que nunca o conseguiriam nos seus países de origem, voltam a tentar lançar para o domínio público aquilo que nunca conseguiram ao longo dos séculos e já que foi, claramente, rejeitado por alguns largos sectores populacionais europeus: a unificação da Europa através da aprovação do chamado Tratado Constitucional.
Uma vez mais os bem pagos políticos eurocratas e os dirigentes políticos da unificação querem voltar trazer para a ribalta política a hipótese dos Estados Unidos da Europa sob a capa do novo Tratado de Roma, o Tratado Constitucional que já obteve o veto de franceses e holandeses.
Uma vez mais os dirigentes euro-centralistas disseram que querem uma Europa integrada, leia-se, unificada, onde a Comissão (o Governo), o Parlamento Europeu (parlamento federal), os Estados membro (acabam-se as Nações) e os cidadãos (os europeus) possam subsistir num projecto comum baseado em valores comuns.
De novo os euro-centralistas tentam tornear a questão constitucional através de artifícios políticos como propor nas comemorações de Berlim o relançamento da Unificação Europeia, sem nunca falar na “Constituição”, assente numa base comum e renovada.
Mas será que britânicos, prussianos, hunos, polacos, italianos, castelhanos, lusitanos, checos, eslovacos, balcânicos, franceses, flamengos, letões, balto-escandinavos têm alguma coisa em comum salvo o facto de estarem sedeados no mesmo continente?
É evidente que não!
Por isso é uma utopia que os euro-centralistas mantenham a vontade de criarem um Estados Unidos da Europa, um país que sirva de charneira entre os EUA e a Rússia e a China, em vez de procurar solidificar a estabilidade política, social e económica de um espaço económico comum baseado na multiplicação multicultural dos seus povos.
É altura dos povos europeus dizerem, de uma vez, que aceitam Europa unida, mas NUNCA uma Europa unificada.
Porque esta, no pouco que já o tem, demonstra não ser boa nem para os seus cidadãos nem, principalmente, para aqueles que procuram na Europa um estágio de vida melhor: a migração externa!

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